segunda-feira, 22 de abril de 2013

Meu poema



Surgiu. Na hora certa. Como raras vezes a vida permite que seja.
Veio andando, palavra a palavra, verso a verso. Com olhos que sorriam, arrancando suspiros e sorrisos sinceros.

E eu deixei que viesse, que fosse formado, composto. Meu poema.

Quintana já disse que poemas são pássaros. Às vezes acho que são balões de ar que flutuam sem rumo, enchendo nossos olhos e corações.
E nos invadem, nos definem, nos completam.

terça-feira, 16 de abril de 2013

A cura é homeopática

Acordou com a garganta ruim. Irritada, inflamada, cheia de pus.
Acordou assim porque sonhou com ela. E no sonho gritou em sua cara todo o desprezo que tem carregado por causa seus atos. Falou de todo seu repúdio pelo medo e insucesso dela. Falou de todas essas coisas que ela faz sem pensar. Mas daí acordou. E viu que gritar no sonho não adiantava.

Por que não falar ao vivo?

Porque acha mesmo que cada um tem que ter consciência de suas feridas e saber curá-las. Ela toma tanto remédio que não serve pra nada e demora a compreender.
Lembrou que já lhe disse tantas vezes que antigripal não serve pra dor de cotovelo. E que placebo não cura tosse, muito menos dor no coração.

É necessário aprender que a cura é homeopática e só existe quando olhamos para dentro.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Catarse


Desisti de enraizar o sonho mor. Entendi que não é assim que funciona ou, pelo menos, estou tentando entender. Vou deixá-lo livre para caminhar com o vento. 

O dia que tiver que ser, será. 

O Tempo trará para dentro de mim a maior benção. Ou mesmo Iemanjá vai molhar meus pés e dizer que estou pronta, com o fardo e amor que tiver que ser. 

A vida é sábia, nós é que não somos. 
E é inútil tentar mudar o vento. Os rumos se mudam pelas velas. Pelo coração.