sexta-feira, 21 de junho de 2013

Conversa sem título

Um monte de palavras vãs. Um monte delas...
Se desfez o laço. Se fosse nó de marinheiro desfazia? - a pergunta que surgiu. É mais que isso. Duas pontas da mesma corda. A mesma. Infinitamente.

É assim que é então? - perguntou ela com seus olhos juvenis.
Mas, ultimamente, vivem cheios d'água.

Andou pensando e às vezes quer o mar. Só que agora queria mesmo uma grande fogueira de São João. Jogar tudo e deixar queimar. Deixar ir. Queimar e ir. Prefere o delírio do fogo do que o delírio de sua alma.

Fechou a porta. Precisa ir. O relógio apita.
Já vai amanhecer seu dia? - mandou em um silencioso pensamento.
Para ela ainda é ontem. Sem São João, sem fogueira, muito menos mar. Sem amar.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Caetano se foi

Ah, moço, não sei explicar muito bem. É que ainda nem consegui entender direito. Também não sou muito boa com as palavras, tem coisa que é só sentimento.

É que Caetano só existia ali, no sonho, naquele sonho. Daquele jeitinho que te falei, que tentei te falar. Não é possível que exista outro, pois cada sonho é único, não? Sim é único. Só ali era possível que ele existisse.

Eu nunca vi seu olhar, seu rostinho. Isso não sei como era. Mas eu vi ele correndo com um gingado de quem recentemente aprendeu a andar. Tão bonito. E vi também a quantidade de amor e felicidade que ele trazia consigo. Já me arrancou tantos suspiros. Eu já soltei um monte de sorrisos só de pensar. Agora solto lágrimas.

Me desculpe meu choro, moço, mas é que é difícil pra mim. Você tem filhos? Você tem sonhos?

Meu pedacinho de amor se foi. Ele que nem era ninguém, era só um sonho. Um sonho mesmo, moço. Desses que só existe na nossa cabeça e no nosso coração.

E dói tanto essa perda, como se fosse alguém de verdade. Um dia, quem sabe, poderei sonhar de novo...