domingo, 19 de janeiro de 2014

Silêncio das maritacas



Essa vida é sua ou é minha? Quem é que queria ser mágico?

Nem todos os sonhos se transferem de linha, nem todos. Somente aqueles que são puramente seus, sem envolvimento de uma pessoa se quer. Então, por que tem sido um usurpador?

Parei para tomar um café na estação, depois me sentei na rua. Vi no seu bolso a caixa de alfinetes. Pensei: - Não se separa dela ou são só coincidências? Duvido que seja. Alfinetar é quase sempre uma ação pensada, apesar de leviana.

Evito tolices que se podem evitar. Em dias difíceis vou ter com as maritacas. Falo sobre meus pensamentos e depois de algum tempo as coisas estão mais claras. É custoso pensar, mais ainda é não fazê-lo.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Versos


você leu mil versos nos meus versos
você traduziu outros mil de outra forma
você interpretou das mil maneiras que queria
você só não conseguiu entender uma única vez
o que todos os versos diziam:
- te amo.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Primeiro dia útil


O jogo começou aperto start / na vida você ganha, você perde, meu filho / faz parte

Lembrei dessa música ao acordar. Veio assim na cabeça como uma brisa que entra pela janela. Não gosto dessa visão de achar que vida é jogo, que é competição. Essas coisas tem início, meio e fim e um monte de fases dependentes ou não umas das outras. Jogo tem regras e trapaças. Eu acho mesmo que a vida é uma linha e que ela acontece da maneira que se julgar mais relevante, sem regras.

Sentei para tomar café. Aquela certa preguiça de quem não gosta muito de acordar cedo para cumprir obrigações. Como de costume abri, respectivamente, o Instagram, o Facebook, o e-mail e o jornal. Passei os olhos por todos eles e fui invadida pelas mesmas coisas dos últimos dias: a necessidade de se fazer aparecer, mais fotos do verão e resoluções para 2014.

Eu que adoro fazer listas, já faz alguns anos que não tenho lista de ano novo. Eu tenho aqui um monte de desejo, isso tenho, mas não organizei dessa forma. E também resolvi adiar o meu verão.
Passei estes últimos dias (os primeiros do ano) refletindo. Fiz o meu balanço mental de 2013. Fiquei feliz por não ter feito um único jogo com a vida. Isso mesmo. Passei os últimos doze meses sem apostar uma ficha, abrir as cartas ou ter um braço de ferro. Apenas usei o que sempre esteve aqui: meus dois olhos, meus dois ouvidos, minha boca e coração. E o resultado? O mais surpreendente de todos: crescimento.

Aprendi a escutar mais, a observar mais, a falar somente o que vale e dar atenção ao coração. E me vangloriei por não precisar de muletas para apoiar meus sonhos, por não precisar gritar para expressar uma falsa (ou não) felicidade e percebi com mais clareza que se entender é a coisa mais maravilhosa do mundo.

Mas o mundo é troca e, exatamente por isso, não posso ficar afastada. Resolvi voltar. Não que eu tenha deixado de lado todo o aprendizado, em 2014 quero continuar a praticar o não jogo. Hoje é o primeiro dia útil do ano. E pra ser útil quero deixar uma mensagem pra você. Se gostar de jogo, pode até encarar assim, mas espero que até o fim do ano entenda o verdadeiro significado. Minha pergunta é:

- Por que temos dois olhos, dois ouvidos, uma boca e um coração?

Não corra pra responder. A vida nem sempre é pressa. Vou ali preparar algo pra comer, tomar banho e sair. Sim, porque o ano já começou.

Feliz ano novo.

*música citada: Loadeando, Marcelo D2.