quinta-feira, 14 de maio de 2015

Sobre lugares que não habitamos


Viajo porque preciso me encontrar. Ser mais eu, pois sou tão distante de mim. Viajo para fugir da rotina, tomar sol e vento na cara, pois isso me é tão raro. 

Viajo porque gosto de me encontrar com as artes, ter inspiração, tomar um café sem a pressa da reunião. Conversar, observar e ir sem culpa de deixar pra algo pra trás. Viajo para não sufocar. 

Viajo para aproveitar o tempo que sempre acho que perco nas minhas horas no escritório de baixo de luz artificial. Viajo porque escutar outros sotaques e ver outros rostos me conecta a mim de uma maneira não automática. 

Viajo para ter dias diferentes dos que tenho costumeiramente. Por isso, me permito acordar cedo sem reclamar, andar muito pelas ruas e comer o que der vontade. 

Viajo porque quero extrair o melhor de mim, para transcender e compartilhar. Por isso, busco habitar lugares que não habitamos para sentir que me aproximo de quem eu gosto de ser.