sábado, 19 de janeiro de 2013

De saída

Ainda me lembro do dia em que chegamos aqui. A maneira como liberamos espaço para nossas coisas, pintamos as paredes com cores novas, preenchemos cada canto com nosso jeito.

Não tínhamos muitas coisas, mas em pouco tempo tudo estava preenchido. De repente uma cortina, um quadro novo, um bibelô daquela viagem pra outro estado. Cada cômodo tomando a sua forma, de baixo de nosso olhar e nosso sorriso.

Até nosso cachorro que estava sempre a procurar um novo cantinho pra chamar de seu.

Tenho todas as lembranças. Cada uma delas passou agora pela minha cabeça.

Hoje, sentada aqui nessa sala vazia, eu suspiro. Às vezes a gente não quer mudar, mas a vida acaba mudando a gente. E não é apego pelo material, é um certo medo de abandonar um caminho sem a certeza de que o próximo será tão colorido.

A gente não tem certeza se o novo quarto vai ser tão aconchegante e se o cachorro vai gostar da nova vista da sacada. Mas o certo é que todo mundo se acostuma. E com o tempo tudo acaba tomando nossa forma outra vez.

Um comentário:

  1. Nenhuma mudança é vã. Nenhuma é por acaso! Todas te levarão ao teu futuro. E, acredite nele como sendo a Terra do Nunca. Maravilhoso! Maravilhosa!

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