terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eu quis



Eu quis dormir, mas a insônia não deixou. Eu quis fugir, mas o pensamento não permitiu. E eu quis me perder por outros mundos que era para ver se de repente eu não me encontrava em algum canto por aí. Eu quis me entregar e pensar somente no prazer momentâneo. E quis tanto e tantas coisas juntas que agora me desfaço em mil pedacinhos.

Eu quis ver, que era para ter a certeza do desejo e não apenas para me torturar. Mas sem intenção já me torturaria, pois eu quero mudar as regras que não posso mudar. E por hora eu desejei ser flor. Me senti num jardim de outono, seco e cinza. Onde a dor é visível e não há canto de pássaros.

Eu quis fugir do impossível mesmo sabendo que é sempre tarde demais para fugir dessas coisas. Então eu quis deixar me desvendar. Que era pra ver se de repente alguém me compreendia e percebia que a beleza não é externa.

E eu quis possuir e gritar e rir. E quis ficar feliz e me concentrar em banalidades. Não consegui. A complexidade veio à tona e eu quis dizer a verdade. Eu quis apenas olhar. Eu quis tanto e ainda quero. E tento correr, mas não consigo. É confuso e doloroso, sufocante e amargo. E eu quis mesmo assim ser dona de mim..

2 comentários:

  1. Continue desejando sempre! Quem sabe o destino não é um moleque travesso que gosta de "torturar" as pessoas para saber o quão importante e forte são estes desejos. ;)

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    1. Pode ser isso mesmo, Lin. Talvez o destino só queira uma prova.
      Obrigada pelo comentário ;)

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