sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Segue o seco


Restou um sobrenome, um amor, uma dor e alguma dívidas. Ainda não sabe bem como vai seguir daqui. Juntou a papelada e botou na bolsa. Foi para o ponto de ônibus e sentou.

Esperou, porque não sabia o destino. Era sempre ele que a levava pela mão. Olhou para os lados e viu os carros com cara de paisagem. Pensou. Lembrou.

O amor deu uma pontada, a dor deu um grito.
- O que é que faço agora? - pensou.

O celular sem créditos cheio de teclas que não servem pra amenizar. Esse é o instante do nada, um vazio. Quando há tantas coisas pesadas juntas que a mente nem processa. Piscar os olhos com areia, essa é a sensação.

Alguém gritou:
- Vamos, é o Jardim Rosana!

Deu um estalo, entendeu que precisava continuar.
Levantou e, sem esperanças, entrou no ônibus. Sem ter certeza do destino, sem querer voltar pra casa.

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